Quando se iniciou a temporada de 91, a “Raposa Feroz” amargava um intervalo de 11 anos sem títulos, mais precisamente 10 temporadas (1981-1990). Com a presidência de Francisco de Assis Alves, que no começo do ano ameaçou não participar do Estadual, pois não estava concordando com a fórmula de disputa, tentou-se formar um bom time, com a contratação do técnico Carlos Condeixas, do preparador físico Marcos Melo e de jogadores como Jadir, Ney, Rogério, Maurício, Marquinho, Marcelo, Marola e outros.
A primeira fase do campeonato foi um desastre para a equipe raposeira, chegando a trocar de técnico após os cinco primeiros jogos. Foi contratado Waldemar Carabina, além do centroavante que seria o artilheiro do campeonato, Orlando e o meio-de-campo Wilton. Enquanto seu maior rival o Treze, “voava” no início do campeonato, o Campinense deixava seus torcedores com uma tremenda dor de cabeça, senão vejamos:
Valdemar Carabina
Waldemar Carabina não terminaria o campeonato no Campinense, pois recebera melhor proposta do Remo do Pará. Por outro lado, um grande jogador chegaria às hostes rubro-negras, seu nome: Douglas Neves. Para o lugar de Carabina, uma solução caseira: o patoense Rivelino.
Dpuglas Neves, o melhor
Após a pífia participação na primeira fase quando terminou na sétima colocação, o clube foi obrigado a participar de uma repescagem, logo recebendo o nome de “Quadrangular da Morte” pela crônica esportiva. Este quadrangular seria disputado pelas piores equipes do campeonato, o Campinense, Guarabira, Santos de João Pessoa e Nacional de Cabedelo. Os resultados do Campinense foram:
18/08: Campinense 1x0 Guarabira
25/08: Campinense 8x1 Nacional de Cabedelo
01/09: Campinense 2x0 Santos
25/09: Campinense 3x0 Santos
29/09: Campinense 5x0 Nacional de Cabedelo
06/10: Campinense 2x1 Guarabira
Como se pode notar, o quadrangular da morte serviu de uma espécie de treinamento para a equipe “Cartola”, devido principalmente as fragilidades dos adversários. O Campinense foi o campeão do torneio e se credenciou a disputar com o Treze, um jogo que valeria uma vaga para o quadrangular final, quando seria apontado o campeão estadual de 1991.
Definitivamente, a história do Campinense na temporada de 91 mudaria no dia 20 de outubro, quando subjugou seu maior rival por 2 a 1 (gols de Douglas Neves e Hélio Carioca-Campinense; Wilson-Treze), conseguindo desta forma o que muitos consideravam improvável, disputar o título daquela temporada.
No quadrangular decisivo, graças ao entrosamento conquistado, tanto no quadrangular da morte, bem como no jogo histórico contra o Treze, a Raposa conseguiu obter uma incrível combinação de resultados, que garantiu a quebra do jejum. A salientar, que Campinense, Nacional de Patos e Botafogo terminaram todos com sete pontos, cabendo a um melhor saldo de gols, a diferença para fazer o clube do Estádio Plínio Lemos, campeão paraibano de 1991:
23/10: Campinense 3x1 Auto Esporte
27/10: Campinense 0x1 Nacional de Patos
31/10: Campinense 1x0 Botafogo
03/11: Campinense 0x2 Auto Esporte
06/11: Campinense 1x1 Botafogo
10/11: Campinense 3x1 Nacional de Patos
(Gols: Douglas Neves (2) e Nei – Campinense; Galeguinho – Nacional de Patos)
O artilheiro do campeonato foi Orlando com 15 gols. O time base cartola foi o seguinte: Hortimar, Maurício, Hélio Carioca, Bezerra, Marquinhos, Hélio Paraíba, Nei, Douglas Neves (Marcelo Cangula); Valério, Orlando (Luisinho), Renilson. Técnico: Rivelino
10 de novembro de 1991
Fonte: cgretalhos