Campinense 4 x 0 Sousa
A partida tinha tudo para ser interessante. Campinense e Sousa fariam seu quarto encontro em duas semanas, o clube de Campina Grande precisava apenas de um empate para conquistar o caneco que não vinha desde o belo time de 2008 que levou a Raposa à série B do Brasileirão. O Sousa vinha como franco-atirador, mas com um time coeso, estruturado, bem armado e disciplinado taticamente, pronto para realizar um novo Amigazzo (que ocorreu quando venceu o Treze na final de 2009).
O time da casa veio para campo com 3-5-2. Breno e Ben-Hur marcando pelos lados e Padilha na sobra, Madson e Renatinho muito bem ofensivamente como alas. No meio campo Charles Vagner como primeiro volante e Anderson Paulista chegando ao ataque. Na armação um inspirado Adriano Felício na frente Potita aberto e Warley de centroavante, os lados foram a principal arma da Raposa Feroz.
Primeiro Tempo
Não tardou e o Campinense foi pra cima com tudo, teve boas chances deixando acuado o Sousa, que aparentemente veio com uma postura defensiva para sair no contra-ataque. O Campinense mandou no jogo os primeiros minutos e deu trabalho à defensiva do Sousa que se esforçava, Madson e Renatinho apareceram muito fazendo das pontas a maior arma do Campinense, Madson foi ajudado por Potita, enquanto Renatinho tomava conta do lado esquerdo. Porém ambos citados não acompanhavam a marcação, e nos contra-ataques o Dinossauro chegou a ter boas chances pegando a defesa no mano a mano, mas com finalizações pífias.
Aos nove Anderson Paulista obrigou Anderson a fazer ótima defesa. Renatinho aos 17 cobrou uma falta por cima. O Sousa chegou a ter chances, mas foram abafada pela defesa ou pelo goleiro Pantera. O jogo ficou mais pegado e aberto com o passar do tempo, a equipe de Campina Grande ainda teve duas boas chances de cabeça e uma furada incrível de Potita na pequena área, quando aos 40 minutos Renatinho recupera uma bola dentro da área e passa para Felício que com tranquilidade apenas desloca o guarda redes sousense e abre o marcador. O Sousa ainda teve uma chance na cobrança de falta de Camilo, a partida foi para o intervalo com 1 a 0 para o Campinense.
O Campinense parecia melhor. Suélio Lacerda, treinador do Sousa, tirou o volante Jefferson e colocou o zagueiro Renan, assim acabando do à fragilidade defensiva das pontas, porém, deixou a equipe mais lenta e com dificuldades para passar a bola. A estratégia do Sousa era clara, segurar a marcação e partir para cima com tudo. O Campinense voltou com uma modificação tática que vem se repetindo, Renatinho volta para a lateral e Diego Padilha sai da zaga para ficar como lateral direito, deixando Madson como meia. Com isso a Raposa passou a tocar mais rapidamente às vezes envolvendo o Dinossauro.
O Sousa assustou mais com um belo chute de Eduardo Rato para a defesa de Pantera. O Sousa ainda teve duas boas chances de falta, mas o clube sousense estava descalibrado. Aos 20 Esquerdinha chuta forte da entrada da área para uma estranha defesa de Pantera, espalmando para fora da área como se estivesse empurrando alguém. Nessa altura o Sousa equilibrou as forças e passou a atacar com mais frequência, foi aí que Freitas lançou Sidnei. Sidnei entrou em campo e demonstrou ter muita qualidade técnica, logo depois entrou o ídolo da torcida raposeira Marquinhos Marabá, decisivo outrora agora buscava redenção desde seus problemas de lesão que tem enfrentado. Aos 28 do segundo tempo, Totonho, que havia substituído Madson, recebeu uma boa bola na direita e cruzou na medida para Marquinhos Marabá marcar de peito e fazer o segundo gol do Campinense, repetindo o gesto que fez em 2008 quando marcou o gol do titulo contra o Treze: com as mãos mostrando que acabou o jogo.
E acabou mesmo, desesperado o Sousa foi pra cima com tudo e deixou brecha para mais dois gols, aos 40 numa linda jogada dentro da área quando Sidnei driblou alguns defensores e acerou o ângulo e aos 42 quando o zagueiro Breno cruzou para Warley, mas o defensor do Sousa acabou empurrando para sua própria meta, decretando o título rubro-negro. Vale ressaltar que a arbitragem foi impecável. Mostrou disciplina e tranquilidade, houve alguns lances polêmicos de impedimento, mas nada inaceitável foi um belo espetáculo em todos os sentidos.
O Campinense volta a conquistar um titulo depois de subir para série B e voltar para a série D, merecidamente ele leva o caneco de 2012 e fica com muita moral para o Campeonato Brasileiro. A equipe está equilibrado e tem bons jogadores para a disputa do torneio nacional, mas ainda deve se reforçar com atletas de equipes paraibanas que não estão disputando mais nada esse ano. O Campinense é campeão com méritos, mas terá pouco tempo para comemorar, dia 27 começa outra guerra.