UM TIME QUE NASCEU PARA SER GRANDE

O Campinense Clube, foi fundado em 12 de abril de 1915, como uma sociedade dançante e inicialmente se chamava Sociedade Recreativa Campinense Club, foram seus fundadores os senhores Acácio Figueiredo, Adauto Belo, Adauto Melo, Alberto Saldanha, Alexandrino Melo, Antônio Cavalcanti, Antônio Lima, Arnaldo Albuquerque, Basílio Agustinho de Araújo, César Ribeiro, Dino Belo, Elias Montenegro, Gilberto Leite, Gumercindo Leite, Horácio Cavalcanti, João Honório, José Amorim, José Aranha, José Câmara, Luis Soares, Manoel Colaço, Martiniano Lins, Nhô Campos, Sebastião Capiba, Severino Capiba, Sindô Ribeiro, Tertuliano Souto e Valdemar Candeia.

A adesão do Campinense ao Futebol aconteceu em 1917 e durou até 1920, quando os sócios da época criaram a seção esportiva do clube. Como a equipe era considerada  “causadora de confusões” o bacharel Severino Procópio e o presidente Arnaldo Albuquerque Cavalcanti decidiram banir a prática do esporte nos quadros do clube.
No final dos anos 40, os associados resolveram criam uma equipe para praticar o futebol nas várzeas da cidade e durante as festividades esportivas promovidas pela entidade aos sócios. Nada, porém oficializado, mas a necessidade do retorno do esporte aos quadros do Campinense tornou-se muito intenso entre os associados, esta necessidade apenas aumentou durante os anos 50, quando vários clubes de futebol de repercussão no país e também do exterior realizaram amistosos no estado.

Foi movido por este sentimento de reativar a pratica do futebol no clube que o Dr. Gilvan Barbosa recriou o departamento de futebol em  13 de março de 1954. Inicialmente, tornou oficial o que já era exercido pelos sócios dando ao departamento sua autonomia como representante amador do clube nas competições do esporte em Campina Grande.
Após a conquista do tri vice-campeonato da Liga Campinense em 1955,56 e 57. A diretoria do clube tratou de profissionalizar a equipe no dia 17 de março de 1958, para as disputas do campeonato estadual de 1960, mais uma vez coube a Dr. Gilvan Barbosa e uma comissão de diretores a função de tornar profissional a prática do futebol no Campinense.
O banqueiro Newton Rique emprestou ao clube a importância de 50 mil Cruzeiros, quantia que viabilizou a profissionalização do departamento de futebol do clube. O goleiro Josil e o meia-esquerda Paulo foram os primeiros profissionais contratados pelo Campinense.

Década de 60

No inicio da década de 60, o Campinense Clube havia formado um plantel magnífico com craques como Delgado, Zezinho Ibiapino, Martinho, Salomão, Claudinho, Miro, Nogueira, Claudinho, Cido, Massangana, Freire, Assis, Luiz Carlos, Jorge e Geo.

Já profissionalizado, o clube surpreendeu o Auto Esporte, Botafogo e Paulistano consideradas as principais forças do campeonato de 1960, já que o Treze decidiu não participar. A conquista do título de 60 aconteceu na partida contra o Estrela do Mar de João pessoa no dia 26 de março daquele ano, antes o clube já havia desbancado o Auto Esporte em João Pessoa por 3x1 e o Botafogo por 5x0 em Campina Grande, ambos pelo primeiro turno.

Até o confronto diante do Estrela no returno da fase final a equipe já tinha realizado 14 partidas com 100% de aproveitamento. O próprio Estrela do Mar havia perdido para a Raposa por 7x1 no turno da fase final.

 Mas a principal façanha da equipe tenha sido derrotar o “Glorioso” Botafogo pessoense por 2x0 na capital. Bastava apenas para o rubro-negro um empate diante do adversário para sagra-se campeão paraibano por antecipação. O adversário da decisão estava disposto a quebrar a invencibilidade do Campinense diante de sua torcida, fato que não aconteceu, a equipe rubro mais uma vez aplicou uma goleada de 7x0 faturando o título de campeão paraibano de 1960. Grandes nomes do Campinense: Biu; Assis, Freire (Jorge), Luis Carlos, Massangana e Géo. Martinho, Zezinho, Delgado, Miro (Claudinho) e Toinho. 


Torneio Paraíba x Rio Grande do Norte

Em 1962, o Campinense Club formou um dos melhores esquadrões de sua história, a equipe já havia participado da Taça Brasil e já tinha conquistado o bi-campeonato estadual em 61.

Craques com Clovis, Tonho Zeca, Chiclets, Zé Luiz, Augusto e Zé Preto foram contratados para fortalecer a equipe que buscava o seu tri-campeonato estadual.

Foi com este time que o rubro-negro disputou o torneio Paraíba x Rio Grande do Norte seu principal titulo interestadual. Os primeiros jogos foram contra os clubes potiguares, nas duas primeiras partidas venceu o Atlético de Natal por 4x1 em Campina Grande e empatou por 1x1 em Natal.

O mesmo aconteceu contra a forte equipe do ABC, empate em Natal por 1x1 e vitória por 3x0 em casa. A decisão foi contra o Botafogo de João Pessoa na primeira partida o rubro-negro venceu o “Glorioso” por 2x0.

O resultado deu a conquista antecipada da competição ao Campinense. Porém, na partida de volta na capital, ocorreu uma verdadeira guerra, o clube pessoense jogou decidido a quebrar a invencibilidade do Campinense, o que não ocorreu. Outra vitória, desta vez numa partida muito tumultuada, 1x0 em pleno estádio da Graça na capital, com um gol de Martinho.

Adeus Esquadrão de Aço

Depois da conquista do tri-campeonato em 62, o Campinense partiu para as disputas da Taça Brasil de clubes. A competição era a principal do calendário esportivo brasileiro e se equivalia a atual Copa do Brasil.
A Taça se dividia duas Chaves, a Centro-Sul e a Norte-Nordeste. Geralmente os vencedores das chaves se consideravam os campeões regionais do país. Foi assim que o rubro-negro chegou ao vice-campeonato daquele ano. Eliminando clubes fortíssimos de nossa região como ABC, CRB e poderoso e favorito Bahia.
O confronto diante do esquadrão de aço do Bahia entrou para a história do Campinense como um dos maiores feitos da década de 60, chegando inclusive a ser noticia no eixo Rio-São Paulo. O rubro-negro conseguiu quebrar uma invencibilidade de 52 jogos do tricolor baiano.
A Final regional foi contra o Sport-PE, que após empatar em 0x0 em Campina Grande, venceu o rubro-negro no Recife por 3x0. Se tivesse conquistado a chave o Campinense disputaria a semifinal nacional contra o Santos de Pelé e Cia. 

Hexa-campeão paraibano

Em 1965 o Campinense conquistou o título estadual mais importante de sua história, o que lhe deu o hexa-campeonato. No seu plantel atuaram nomes como, Ticarlos, Janca, Ivo, Cocó, Ireno, Araponga, Abelardo, Tião,  Dudinha, Ruitter e Debinha. Após massacra as equipes do Auto Esporte por 6x2 e o 5 de Agosto por 8x0, o Campinense caminhou firme para a conquista daquela temporada.
O único adversário que poderia estragar a festa era o Botafogo. Foi justamente contra ele que o rubro-negro decidiu a melhor de três, O “Belo” tinha conquistado o primeiro turno enquanto o Campinense o segundo. Na primeira partida a raposa sagrou-se vitoriosa por 1x0, gol de Debinha.
No segundo confronto no estádio da Graça um disputado 0x0, na terceira e última partida, o Plínio Lemos estava lotado e a partida disputadíssima, o Botafogo havia erguido um sistema defensivo duro de ser batido, O goleiro botafoguense estava firme no jogo, defendia tudo, foi quando Debinha após receber um lançamento perfeito de Ireno, dominou a bola no peito e após livra-se do zagueiro fuzilou a meia altura marcando o gol do título de 65. Grandes nomes do Campinense: Dudinha; Janca, Zé Preto, Ticarlos, Gilvan, Simplicio, Zezito, Paulinho, Ireno, Tonho Zeca e Debinha. 

A Década de 70

Em 1970 duas grandes competições eram disputadas no país no eixo sul havia a Taça Roberto Gomes Pedrosa e no eixo norte a Taça Norte-Nordeste. Em 1971 a Confederação Brasileira de Desportos (atual CBF), decidiu criar o campeonato Brasileiro de futebol nos moldes da Taça Roberto Gomes Pedrosa.
A Norte-Nordeste acrescida de alguns clubes de Minas Gerais e da região sul passou a condição de segunda divisão. Em 1972, apenas equipes da região nordeste disputaram o torneio que foi chamado de Taça Norte.
O Campinense disputou a competição enfrentado na primeira fase as equipes do Ferroviário-MA, América-RN, Maguari-CE, Calouros do Ar-CE e River-PI.
Depois de uma boa campanha o clube classificou-se para a segunda fase onde enfrentou o CSA-AL, América-PE e o América-RN, sagrando-se campeão de seu grupo. Apenas os campeões dos grupos se enfrentavam numa final. Foi assim que no dia 17 de dezembro o rubro-negro decidiu o título brasileiro contra o Sampaio Correia-MA.
O confronto aconteceu em São Luiz, porém, mesmo jogando fora de casa, o Campinense foi melhor em campo, envolveu bastante a equipe do Sampaio Correia. O atacante Valmir da raposa, aproveitou uma falta na entrada da área do tricolor maranhense para abrir o placar em favor dos paraibanos,que dominava a partida.
O jogo já se encaminhava ao final quando o Sampaio conseguiu empatar o numa jogada irregular. Com a igualdade no placar a partida foi a prorrogação e logo em seguida as penalidades. Após uma falha de cobrança de Ivan Lopes, o rubro-negro acabou como o vice-campeão da competição.
Mesmo conquistando o título, tanto o Campinense quanto o Sampaio Correia não ascenderam à série A, pois a CBD, mudou o regulamento para o Brasileirão de 73. Grandes nos do Campinense: Olinto, Murilo, Miro, Ivan Lopes, Zé Preto II, Vavá, Dão, Dinga, Erasmo (Edgar), Pedrinho e Valmir.


Penta-campeão paraibano

Um fato curioso neste futebol, é que no ano de 1975, tivemos três Campeões Estaduais, já que algumas federações tinham proclamado, aqui no nordeste, dois campeões no sentido de colocar mais clubes no campeonato nacional daquele ano e, Treze Futebol Clube e Botafogo Futebol Clube, tinham cada um conseguido ganhar 1 (um) turno. Porém o Campinense Clube alegou ser campeão do 2° turno do extra de profissionais em cima do Treze de Campina Grande devido a irregularidades do mesmo em jogos do certame.

As coisas terminaram no tapetão da antiga C.B.D (Confederação Brasileira de Desportos), a atual CBF (Confederação Brasileira de Futebol), com sucesso para o time Raposa (Campinense Clube) diante do Galo da Borborema (Treze Futebol Clube), entretanto, até hoje permanece o mistério.

Na verdade a Federaçãoo Paraibana de Futebol já tinha homologado dois campeões do estadual da primeira divisão, como também ocorreu (naquela época) no Piauí, mas o Campinense obteve Vitória no tapetão da C.B.D.

É possível encontrar em alguns almanaques Treze e Botafogo como Campeões de 1975, como também, Campinense e Botafogo Futebol Clube de João Pessoa.

. Grandes nomes do Campinense: Olinto, Edvaldo, Paulinho, Déca, Agra, Vavá, Dão, Carlinhos, Erasmo, Porto, Pedrinho e Valmir.

Bi-campeão em 1980

No dia 26 de novembro de 1980, o rubro-negro realizou a ultima partida da melhor de três contra o Botafogo no “amigão”, o clube já havia empatado a primeira por 1x1 e vencido a segunda por 2x0, bastava um empate para o clube raposeiro erguer o seu terceiro bicampeonato da história.
A Conquista veio aos 44 minutos da etapa final quando Reinaldo aproveitando um lance de oportunismo driblou os zagueiros do “Belo” e colocou a bola no canto direito do goleiro botafoguense, para o delírio dos torcedores presentes ao estádio. Campinense: Jorge Luiz, Zé Carlos, Paulinho (Galbas), Timbó, Sales, Robson (Marcus), Neto, Reinaldo, Gabriel, Mauro e Bebeto.

A Raposa nos anos 90

Fora o titulo de 1980, a equipe rubro-negra passou os anos daquela década em branco, amargou o primeiro grande jejum de sua história forma 10 anos de espera, até que em 1991 essa fase fosse superada.
Foi uma conquista difícil e cheia de receios pelos torcedores, havia uma pressão sobre a torcida por parte dos rivais que era passada ao elenco daquele ano. Graças a um regulamento desvairado criado pela federação e aceita pelos clubes, o rubro-negro assegurou sua vaga no quadrangular final da competição, entrou um pouco desacreditado pelos rivais Auto Esporte, Botafogo e o Nacional de Patos.
Pois havia conquistado a vaga com muita garra, tudo graças as defesas milagrosas do goleiro Hortimar. Talvez tanta adversidade tenha incentivado aquela equipe na fase final do campeonato de 91.
A partida que garantiu o titulo foi contra o surpreendente Nacional de Patos, que formara naquele ano um dos melhores elencos de sua história. O rubro-negro precisava vencer o canário do sertão e torcer por um tropeço do Botafogo diante do Auto Esporte.
O confronto contra o  Nacional começou com o alviverde dominando a raposa e abrindo o marcador com Galeguinho. Porém, após o intervalo a equipe foi ajustada e deu inicio a virada histórica. Ranilson cruzou na grande área e Ney completou de cabeça, superando o goleiro Marcial.

Logo em seguida o craque Douglas Neves promoveu a vitória, fazendo o segundo gol e consolidado a vitória com uma cobrança de pênalti.
Os rubro-negros, precisaram ainda esperar sete minutos para comemorar o título, que veio após a certeza do empate do Botafogo diante do Auto Esporte. Grandes nomes do Campinense: Hortimar, Mauricio, Bezerra, Hélio Carioca, Hélio Paraíba, Ney, Douglas Neves (Marcelo Cangula), Valério, Orlando (Luizinho) e Ranilson.     

Com Roberto Michele e Cia em 1993

Não foi fácil conquistar o 16º titulo de sua história em 1993, embora tivesse conquistado o primeiro turno num regulamento de campeonato complicado, a equipe acabou alternando altos e baixos nos dois turnos restantes o que causou uma grande insegurança na torcida, a volta por cima aconteceu após a dispensa do técnico Neto Maradona e a contratação de José Lima.
Considerado pé-quente, o técnico reorganizou a equipe rubro-negra, em treze partidas sob seu comando o clube perdeu apenas uma entrando na disputa do quadrangular final como favorito a conquista da competição.
Após supera os adversários da capital Auto Esporte e Botafogo. A equipe partiu para o tudo ou nada contra o seu maior rival, na primeira partida do quadrangular havia empatado com o Treze em 1x1, desta vez apenas a vitória interessaria ao clube raposa.
Na partida, logo aos 2 minutos Marquinhos do Treze abriu o marcador para o desespero da torcida rubro-negra. O jogo estava difícil a defensiva trezeana não dava moleza, foi quando Rinaldo Fernando aproveitou a confusão na área do Treze para empatar a partida.
O gol gerou tranqüilidade a equipe que voltou para a etapa final taticamente organizada, aos 16 minutos Valério invadiu a área alvinegra e virou o placar em favor da raposa. Para tranqüilizar de vez, o artilheiro Roberto Micheli, selou a vitória por 3x1 diante do galo, dando ao rubro-negro o titulo de 93. Grandes nomes do Campinense: Marcial, Careca, Luiz Oliveira, Israel, Preta, Ricardo, Henágio, Rinaldo Fernando, Valério (Gabriel), Edílson (Roberto Micheli) e Peçanha.